Os impactos ambientais aquáticos e suas metodologias de análise.

        Os impactos ambientais aquáticos são causados por ações humanas, e sua avaliação é uma tentativa de quantificar seus efeitos para que medidas de prevenção e resolução possam ser tomadas.

Uma das maiores preocupações globais relacionadas aos impactos aquáticos é o derramamento de óleo. Seus métodos de avaliação são utilizados para estabelecer a extensão da mancha de óleo e identificar quais serão as áreas atingidas. O método mais antigo para medir esse tipo de impacto, foi o método de Análise de Risco de Derramamento de Óleo (OSRA), desenvolvido em 1975 pela Agência do Departamento do Interior, do governo federal dos Estados Unidos. Com a ocorrência novos eventos catastróficos de derramamento de óleo de diferentes intensidades e com o avanço da tecnologia, foram feitas modificações nos regulamentos e métodos anteriormente utilizados, criando-se um sistema de avaliação com sensor de fibra óptica e processamento de imagens, que origina resultados mais precisos.
Exemplo de derramamento de óleo no mar.

O impacto mais comum que atinge os ambientes aquáticos é o despejo de resíduos.  Esses resíduos podem ser, por exemplo, os fertilizantes provenientes de atividades agrícolas, ou o esgoto das cidades, e podem levar a contaminação de lençóis freáticos, lagos, valas, riachos, mares, etc, atráves da transmissão de bactérias fecais e nutrientes e adição de metais pesados. Para mensurar esse tipo de impacto são realizadas coletas de amostras de água, e avaliados diversos parâmetros como temperatura da água, pH, oxigênio dissolvido, turbidez, salinidade e coliformes fecais, e os resultados são submetidos a testes estatísticos.


Exemplo de despejo de resíduos

Outro tipo de impacto ambiental aquático é o causado pela poluição biológica. A poluição biológica (biopoluição) ocorre com a introdução de espécies exóticas em ambientes que não são de sua ocorrência natural, causando desequilíbrios no ecossistema. Em 2007 foi criado por Sergej Olenin e colaboradores, o método de Nível de Biopoluição (BPL) para medir impactos de espécies exóticas em ambientes de água salobra e marinhos, classificando a abundância e distribuição das espécies exóticas e expressando seus impactos em uma escala numérica de intensidade. Para suprir a falta de métodos para ambientes de água doce, foi criado em 2009, por Gordon Copp e colaboradores, um método para avaliar o impacto causado por espécies exóticas de peixes de água doce, chamado de FISK (Kit de Pontuação para Invasão de Peixes). Este método possibilitou posteriormente o desenvolvimento de outro método de avaliação aplicável a outras espécies de água doce. 

Além dos métodos mais específicos para avaliação de impactos ambientais aquáticos, pode-se também realizar essa avaliação através do biomonitoramento, técnica que avalia mudanças no meio ambiente utilizando organismos vivos como plantas, animais ou microorganismos. Os organismos considerados como bioindicadores interagem com os poluentes e promovem respostas químicas e morfológicas, que são utilizadas para medir a concentração desses poluentes no meio.


 
Inseto da Ordem Ephemeroptera utilizado como bioindicador.

           O estudo sobre impactos ambientais aquáticos e terrestres tem crescido nos últimos anos, principalmente devido à preocupação com a sustentabilidade e o desenvolvimento sustentável. 





Por: Mariane C. Inocente, Nathalia M. Bottozzi, Paola V. Peixoto e Renata C. Friese.


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